A crença popular admite, como;
MILAGRE,
um fato sobrenatural, oposto às leis da natureza. Ora,
essas leis da natureza são invioláveis. O milagre é expressão que decorre de um
sentido irreal, místico, fantasioso.
Há fatos que se manifestam sem que a ciência tenha
ainda penetrado na sua causa ou origem, mas mais dia menos dia, com o progredir
da própria ciência, todos os fatos passam a ter a sua explicação, dentro,
rigorosamente, das leis naturais e imutáveis.
A inteligência Universal é a Ciência Total. Fora dela
não há saber nem ciência; as manifestações da inteligência emanam de uma fonte
inexaurível, à qual todos estão ligados: a Fonte Eterna da Força Criadora.
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A
Natureza é uma manifestação do Grande Foco, mantida por leis, e coisa alguma
pode opor‑se a essas leis, a menos que absurdamente se pretenda admitir duas
Forças Criadoras antagônicas.
A sustentação da ideia do milagre é proveniente
da falta de raciocínio e de esclarecimento. O milagre, da maneira como é
concebido, apenas prevalece onde a espiritualidade é nula ou incipiente.
Aquilo que possa parecer milagre não é mais do que um
acontecimento situado na lei de causa‑e‑efeito, ou promovido pelo funcionamento
regular de leis eternas. Os cientistas terrenos conhecem, apenas, reduzido
número de leis da natureza, muitas terão ainda de ser descobertas, e inúmeras
outras têm a sua aplicação nos planos astrais. Exemplificando, pode‑se dizer
que as materializações, de certo modo, poderiam provocar a ideia do milagre, e,
no entanto, não passam de fenômeno perfeitamente controlado por leis da
natureza.
À medida que os seres se espiritualizarem, a concepção
do milagre irá desaparecendo, até extinguir‑se. Note‑se que os indivíduos rudes
e ignorantes são os que mais se apaixonam pela mística do milagre.
Nem mesmo a Inteligência Universal pode quebrar as
suas próprias leis para operar o milagre. Os Espíritos do Astral Superior, da
mesma forma, somente agem de acordo com essas leis. Logo, não tem nenhum
significado a expressão “milagre", para que seja sustentada.
O fato de escapar alguém da morte, de maneira
surpreendente, não tem qualquer ligação com o sentido do milagre,
enquadrando-se, antes, na lei de causa‑e‑efeito.
A boa assistência astral provém da vida correta que o
indivíduo leva, e de saber irradiar ou vibrar, unissonante, com o Astral
Superior, contando com lastro positivo, ou de merecimento, para o apoio que
vier a receber.
Poucos são aqueles que se vêem contemplados com a ajuda
oportuna em momentos fatais, porque realmente reduzido é o número daqueles que
se encontram em condições de receber, no momento crítico, o auxílio merecido.
As curas chamadas milagrosas correm, na maioria dos
casos, por conta da auto‑sugestão. A medicina terrena conhece a força da
sugestão e os seus resultados. Quando se diz força de sugestão, deseja‑se dar
ênfase à força do pensamento que produz a sugestão.
Assim como numerosos seres
adoecem por sugestão, por se convencerem de que estão doentes, também há os que
se curam ou são curados pelo mesmo processo. A psicanálise baseia o seu método
no poder da sugestão ou na força do pensamento.
Pode‑se ainda considerar o caso de indivíduos
adestrados nas conhecidas forças ocultas desenvolverem determinados exercícios
mentais que os levam a realizar curas. São práticas perigosas e
desaconselháveis.
O impossível perde a sua expressão na medida em que os
conhecimentos espiritualistas evoluem, quando o impossível vai decrescendo, até
desaparecer. Por isso, o que é impossível para uns menos evoluídos, não é para
outros, mais evoluídos. A ideia do milagre vem dos menos evoluídos verem os
mais evoluídos fazer o que eles não podem.
Em resumo, tanto o milagre como o sobrenatural são
duas fantasias da criatura pouco versada nas coisas do espírito.
Há de chegar o
dia em que ela porá de lado tal crença, quando a sua mente for melhor iluminada
pelos raios fulgurantes do esclarecimento espiritual.
Leis Naturais e imutáveis – Os milagres
Por Luiz de Souza